terça-feira, 28 de abril de 2009

Os Sete Hábitos do Motociclista Competente

De acordo com Stephen Covey, autor do “best-seller” Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficientes (publicado inicialmente em 1989), hábitos são padrões de comportamento compostos de três elementos que se cruzam: conhecimento, desejo e habilidade. Como estes três elementos são aprendidos e raramento herdados, nossos hábitos constituem nossa segunda natureza. Hábitos de eficiência podem ser aprendidos e podem ser esquecidos. “Pessoas de sucesso constroem hábitos de eficiência todos os dias de suas vidas. Na maioria das vezes eles são motivados pelo elevado senso do dever. Por subordinar certas tarefas ao poder de suas razões, ele desenvolvem Sete Hábitos e se autodisciplinam para viver de acordo com estes princípios fundamentais”, diz Stephen Covey. Os 7 Hábitos são:
  • Hábito 1: Ser Proativo;
  • Hábito 2: Começar com o Objetivo na Mente;
  • Hábito 3: Primeiro o mais Importante;
  • Hábito 4: Pensar em Ganha-Ganha;
  • Hábito 5: Procure Primeiro Compreender, Depois ser Compreendido;
  • Hábito 6: Criar Sinergia;
  • Hábito 7: Afinar o Instrumento.
O último livro de Stephen, O 8º Hábito: da Eficácia à Grandeza, lançado em 2004 é a continuação do seu “best seller”. Neste livro Stephen argumenta que ser efetivo não é o bastante. O 8º hábito é basicamente "achar a sua voz e inspirar aos outros a achar a deles". Os Sete Hábitos do Motociclista Competente
Respeito – Respeito é a liga que mantém, junto, o universo de duas rodas. O motociclista competente respeita a sí mesmo, aos outros, a natureza, a estrada e, especialmente, a motocicleta. Vire as costas para qualquer um deles e poderá ser surpreendido de uma forma muito desagradável. Substime as condições climáticas e você pode acidentar-se rápidamente. Substime a estrada e poderá estar numa sala de cirurgia num piscar de olhos.
Camaradagem – Camaradagem entre motociclistas é o que os diferencia dos demais seres humanos! É o que faz do motociclista um ser especial. O motociclista competente cumprimenta os outros motociclistas. Ele pára sua motocicleta para ajudar um companheiro com problema. Por que? Porque somos todos vulneráveis e algum dia poderemos depender da boa vontade dos nossos companheiros para ajudar-nos. Dê as costas para o “código de ética das estradas” e poderá ver-se só e desamparado quando mais precisar. Viva sua vida ajudando os outros e a energia positiva que você vai criar vai fazê-lo melhor, mais feliz e rico em amizades.
Apreciação – Dê valor ao que você tem. Aprecie a liberdade que sente ao pilotar por uma boa estrada. Você reconhece este sentimento, muitas vezes inexplicável, que sentimos quando o homem e a máquina se transformam em um e o estresse do mundo tão competitivo é deixado para trás, incapaz de seguí-lo nessa jornada de prazer que é pilotar.
Conhecimento - Conhecimento é a chave para uma pilotagem bem sucedida. Seja, ao mesmo tempo, professor e aprendiz. Aprenda tudo que puder sobre a mecânica da motocicleta, como pilotá-la com eficiência, sobre as condições da estrada e do clima que vai encontrar. Compartilhe este conhecimento com os outros e eles farão o mesmo com você. Esteja aberto a críticas. Dedique-se a um constante aperfeiçoamento de suas habilidades como piloto.
Habilidade – Os melhores pilotos afinam suas habilidades constantemente. Relaxamento mata; a prática leva à perfeição. Nunca vá além do seu limite, mas procure sempre aumentar sua habilidade em pilotar melhor. Sua confiança aumentará, assim como sua habilidade em conduzir sua motocicleta com segurança.
Risco - O motociclista consciente entende o risco e sabe que motociclismo é inerentemente perigoso. Risco é como uma escada. No pé da escada está o risco menor: ficar trancado em casa. No topo da escada está o risco maior: sair numa “bike” a 250 km/h de olhos vendados. Cada piloto tem que tomar uma decisão consciente do nível de risco que pretende assumir. Nenhum motociclista que se respeite tomará uma decisão de alto risco, para sí ou para outros. Há precauções que podem ser adotadas para reduzir os riscos a níveis suportáveis, coerentes com as atividades do dia-a-dia. Aprender a pilotar de maneira consciente e com seguranca é uma delas. Assegurar-se que sua motocicleta está em boas condições mecânicas é outra. Vestir-se com roupas adequadas e resistentes à abrasão, jaqueta de couro, capacete aprovado e luvas reduzem, consideravelmente, o risco de ferimentos. Evite pilotar à noite, especialmente em áreas conhecidas pela presença de bares ou outros estabelecimentos que vendam bebidas alcóolicas. Não beba se for pilotar. O nível de risco que se vai permitir é uma decisão pessoal, mas os melhores motociclistas entendem estes princípios e, conscientemente, gerenciam o nível de risco que adotam.
Manutenção – Os melhores motociclistas cuidam bem da manutenção de suas motocicletas. Eles cuidam de suas máquinas, do seu corpo e de sua mente e de tudo o mais que é importante para eles. Você não pode pilotar com segurança se sua motocicleta não estiver em boas condições mecânicas. Você não pode pilotar corretamente se estiver doente, chateado, cansado, faminto, desidratado ou sob a influência de álcool ou drogas. Preste atenção no seu corpo e cuide dêle. Talvez tenha algo que precise ser feito, em casa ou no trabalho, antes de sair para um passeio. Termine o que está pendente e pilote com a mente livre de preocupações, concentrando-se no prazer e na responsabilidade de pilotar sua motocicleta.
Lembre-se: pilote de maneira que todos o vejam. Na maioria dos acidentes, o condutor do outro veículo sempre diz: “Mas eu não ví a motocicleta . . .”
Motocicletas não são fáceis de ver. Precisamos chamar a atenção das outras pessoas. Isto incluem motoristas, pedestres, outras motocicletas, etc. Não parta do princípio que está sendo visto ou ouvido. Parta do princípio que você é, naturalmente, invisível. Pilote sempre com os faróis (todos!!) acessos. Coloque acessórios/roupas que tornem sua máquina e você mais visíveis.
A vida é curta, mas a estrada é longa. Pilote com segurança!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

XXII HOG RALLY - Campos do Jordão, SP - Parte 3

Devo confessar que fiquei um pouco decepcionado com o Rally. Explico: sendo o único evento de cobertura nacional da Harley-Davidson, esperava alguma coisa ao nível de um país como o nosso; algo realmente grandioso. Eu participei do Rally Regional do Sul, realizado em Balneário Camboriú, SC, em Outubro de 2008. E o XII Rally Nacional foi uma repetição, só que com mais participantes. Não acrescentou nada. Faltou criatividade, parece-me. A cidade de Campos de Jordão é muito bonita, com sua arquitetura típica. As paisagens me fizeram lembrar minha infância, pois fui criado em um cidade, também na Serra da Mantiqueira, só que em Minas Gerais. Porém, os preços cobrados na hospedagem e nos restaurantes estão fora da realidade. Não acredito que participarei de outro evento nesta cidade. Mas, como sou calouro em Rally Nacional (mas não em eventos para motos de grande porte, inclusive Harleys), ao invés de fazer minha própria avaliação, permito-me sugerir a leitura da análise feita pelo Wolfman, do Rio de Janeiro, bem simples e direta ao ponto: http://wolfmann-hd.blogspot.com/2009/04/como-foi-o-xii-hog-rally.html

domingo, 19 de abril de 2009

XXII HOG RALLY - Campos do Jordão, SP - Parte 2

No sábado, 18/4, foi o primeiro dia oficial do Rally, com recepção aos harleyros que vieram de vários estados brasileiros.
Não conseguí ainda saber o número total dos participantes. Os números de que ouvi falar não me parecem refletir a realidade, daí minha opção em não mencioná-los.
Mas não há dúvida que a cidade de Campos de Jordão foi "invadida" por um exército de motocicletas Harley-Davidson.
É muito interessante ver as motocicletas com suas personalizações, que mostram a individualidade de cada um dos pilotos. Acho que é isso que faz, entre muitas outras características, a diferença das Harley-Davidson quando comparadas com outras marcas.
Não existe nenhuma outra marca de motocicleta que possua um número tão grande de acessórios disponíveis no mercado, que permitem aos seus donos tranformá-las num reflexo de sua personalidade ou maneira de encarar a vida sobre as duas rodas. Desde as motocicletas "bandidas", com o mínimo de acessórios, até as Tourings, com todos os adicionais disponíveis no catálogo da H-D ou das dezenas de fabricantes que criam os adereços para estas máquinas legendárias.
Num evento desta magnitude, um observador pode notar a amplitude de possibilidades disponíveis para quem deseja personalizar sua Harley.
Neste primeiro dia do Rally, ver as motocicletas chegando e o centro de Capivarí, o bairro onde está sendo realizado o evento, transformar-se num imenso estacionamento de motocicletas, com Harleyros ocupando todos os bares e restaurantes, num verdadeiro festival de jaquetas, capacetes, roupas e moda motociclística, fazendo de Campos do Jordão uma pequena Daytona Beach tropicalizada. E até com a temperatura parecida, já que a mínima registrada na noite de sábado foi de 6 graus Celsius. Nada muito diferente de Daytona Beach, no inverno da Flórida.

sábado, 18 de abril de 2009

XXII HOG RALLY - Campos do Jordão, SP - Parte 1

Chegamos a Campos do Jordão ontem, sexta-feira, por volta das 18:30. Estávamos com um grupo do HOG de Curitiba, num trem de 43 motocicletas. Saímos da loja da Harley-Davidson de Curitiba, escoltados por 3 batedores da Polícia Militar Rodoviária do Paraná, comandados pelo Capitão PM Polak. Eles nos escoltaram até a divisa com o estado de São Paulo. De lá, continuamos direto pela BR-116 até no acesso ao Rodoanel Mário Covas, com paradas no posto Petropen de Registro e um posto Petrobrás, já no alto da serra de Jequié, chamado Posto Leopoldo 65. Muito ruim. Só tem duas bombas de gasolina (é um daqueles postos direcionados a caminhões) e o frentista abastece e cobra, ao mesmo tempo. Isto nos atrasou bastante. Na entrada do Rodoanel tivemos o encontro com o Inspetor Báccaro, da Polícia Rodoviária Federal que, juntamente com outro policial rodoviário, nos escoltou durante a passagem por São Paulo, até o posto BR no início da Rodovia Ayrton Senna. Faz uma tremenda diferença passar pela Marginal do Tietê escoltado pela PRF !!!!!! Fizemos um pequeno lanche, reabastecemos e continuamos até Campos de Jordão, onde uma temperatura de 11 graus nos esperavam.

domingo, 12 de abril de 2009

Temperatura dos motores Harley-Davidson Twin Cam 96 (Parte 2)

Fiz alguns passeios e uma pequena viagem, para testar a temperatura do motor Twin Cam 96 da minha Ultra Glide, depois de instalado o radiador de óleo. Ainda que as condições de temperatura ambiente estavam mais amenas do que no verão, tive alguns momentos de 31 graus, durante o dia, quando estava em Curitiba. A impressão e a sensação é de que a temperatura do motor e do escapamento está mais baixa. Correção: a temperatura do motor está mais baixa. Não sei se houve redução na temperatura dos gases de descarga. Acho que não. Alguns leitores do blog fizeram comentários na postagem original, que sugiro sejam lidos. Especificamente o Wolfman (http://wolfmann-hd.blogspot.com/), do Rio de Janeiro, fez algumas sugestões interessantes. Há uma postagem dele que considero leitura obrigatória, quando falamos deste tema: http://wolfmann-hd.blogspot.com/2009/04/melhorar-injecao-como-fazer-isso.html Vou discutir o assunto mais um pouco com o meu amigo e "guru mecânico", Capitão Maccori, para ver que caminhos devemos seguir. No nosso grupo já existe um número bastante elevado de colegas com Ultra Glides de fabricação recente e que enfrentam o mesmo problema de calor excessivo. Bom, quando à instalação, vejam as fotos aí em cima.

sábado, 11 de abril de 2009

Harley-Davidson Riding Program

Eu participei do módulo 1 do programa, que é o Group Riding.
Achei o treinamento muito bom, com dicas e conselhos que realmente valem a pena conhecer para todos que pilotam em grupo.
Eu já tenho alguma experiência de pilotagem em grupo, inclusive com viagens razoavelmente longas (1.600 km ida e volta), além de vários passeios curtos e de médio percurso (até bate-e-volta de 500 km).
Assisti, em 2006, uma palestra sobre pilotagem defensiva, ministrada pelo Capitão Ricardo Maccori, de Balneário Camboriú, SC. O Capitão Maccori, já na reserva, serviu 11 anos ao Exército Brasileiro, todos eles no Batalhão de Guardas, em SP, e sempre como batedor/escolta, pilotando Harley-Davidsons. Sem nunca ter deixado de possuir uma H-D, desde então, o Maccori tem uma experiência de estrada fantástica, um conhecimento técnico muito elevado, além de ser um grande mecânico das H-Ds.
Pois bem, ainda assim, achei que poderia aprender alguma coisa neste treinamento e não me frustrei.
O treinamento foi organizado pela H-D de Curitiba e ministrado pelo conhecido Inspetor Antônio Báccaro, da PRF de S.Paulo. Duas horas e meia de instrução teórica na sexta-feira à noite, foram seguidas de algumas horas de treinamento em rodovia (BR-277), no sábado, quando percorremos 160 km aplicando os ensinamentos adquiridos na véspera.
Foi ótimo. Recomendo a todos que levam segurança na pilotagem a sério.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A indústria de Motocicletas

A indústria de motocicletas “custom” vai muito bem, obrigado. Se você tem lido os balanços trimestrais da Harley-Davidson vai pensar que estou em outro planeta. Mas não é o caso. A indústria motociclística compreende os fabricantes, revendedores, lojas e oficinas independentes, o mercado de acessórios e, o mais importante de todos dos componentes, nós, os motociclistas. A imprensa – tanto a especializada como a chamada grande imprensa – concentra-se na generalidade dos negócios e, é verdade, muitos segmentos já tiveram melhores dias. Mas o entusiasmo do nosso esporte não chegou ao topo, não caiu ao chão, nem foi substituído por um produto genérico. Motociclistas ainda estão passeando, fazendo viagens, promovendo e participando de encontros. Em alguns casos, mais do que antes, pois novos encontros são criados e adicionados aos já existentes e repetidos todos os anos. O que os motociclistas não estão fazendo ou fazendo menos, é comprar motocicletas novas. Estou falando de motocicletas grandes, do tipo “custom”. Mas não estou falando, necessariamente, do Brasil ou da realidade no Brasil. A Harley-Davidson vendeu 5.194 motocicletas em 2008, contra apenas 2.388 em 2007. Um crescimento de 117% !!!! E não foram só os modelos menores em porte ou preço: as vendas da família Softail representaram 2.052 unidades em 2008, contra 1.697 em 2007. Um saudável aumento de 21%. Mas, sem dúvida a Sportster 883 foi o carro-chefe da marca, com 1.707 unidades vendidas ou 32,8% das vendas totais. Nos três primeiros meses de 2009, a H-D vendeu 310 motocicletas, metade delas no mês de Março, quando os modelos 2009 foram, finalmente, colocados à venda. É evidente que a grande maioria estava esperando por isto. A queda das vendas de motocicletas grandes, nos Estados Unidos, Europa e Japão, é relevante. Este é um problema muito grande para a Harley-Davidson e a maiorias dos fabricantes de motocicletas. E muitos revendedores estão sofrendo com isto, mas não todos eles. Eu tive a oportunidade de conhecer revendedores de H-D que entendem seus clientes, na essência. Estes continuam com suas lojas cheias de motocicletas em manutenção e instalando novos acessórios. Outros, infelizmente, tem uma atitude que os afasta de seus clientes e estão sofrendo as consequencias. Quando o mercado é monopolizado, como é o caso do Brasil, a falta de concorrência pode levar a uma atitude de menosprezo aos valores essenciais de mercadologia. Explico: todos nós sabemos que o que nos leva a comprar uma Harley-Davidson é a marca. Não é o revendedor. Nós compramos no revendedor mais próximo da nossa casa, pois sabemos que o preço e as condições de venda são iguais em todos os concessionários. Esta é a regra geral. Não é, por exemplo o que ocorre com outras marcas, onde a atitude comercial do revendedor é primordial para se conseguir uma venda. O pós-venda é ainda tão ou mais importante, coisa totalmente relaxada na maioria das revendas Harley-Davidson de nosso país. Acessórios e peças são outro problema crônico nas autorizadas H-D no Brasil. Tenho um item de garantia (um cabo do sistema de som e comunicação defeituoso) na minha Ultra Glide 2007, que foi aberto em Maio de 2008 e, até hoje, não foi atendido. O problema para as revendas Harley-Davidson no Brasil, será manter um volume de vendas compatível com o excelente resultado de 2008, quando sabemos que a XL883 será descontinuada e sua produção vai ser suspensa, nos Estados Unidos. Já ouví falar que a H-D produziria a 883 só para o mercado brasileiro. Acho isto pouco provável. O custo de produção para um volume tão pequeno (no universo da H-D) não seria factível. A impressão que se tem é que as revendas Harley-Davidson da nossa terra estão focadas em vendas de motocicletas novas. A considerável frota de Harleys existente no Brasil é relegada ao menos glamoroso, mais muito importante, mercado das oficinas especializadas, que ajudam os proprietários de Harley-Davidson a manterem suas legendas nas estradas. Também nos Estados Unidos, o mercado de Harley-Davidson usadas vai muito bem, obrigado. Fabricantes de peças e componentes para estas máquinas estão vendendo como nunca. É simples: quem tem um Harley é por que gosta! E se não vai comprar uma motocicleta nova, vai manter a sua “velha amiga” em condições impecáveis. Não há dúvida que o consumo caiu, ainda que a indústria automobilistica tem se mantido nos níveis elevados de vendas, básicamente alavancados pela redução do ICMS (isto é assunto para outra postagem). O mesmo está acontecendo com as motocicletas e motonetas de menor cilindrada, também beneficiadas pela redução tributária. Atualmente a Harley-Davidson fabrica e comercializa 35 modelos, nos Estados Unidos. Poucos estão disponíveis no Brasil, restringindo nossas opções de compra e maximizando o resultado para o único distribuidor/revendedor da marca no nosso país. Menos modelos representa um estoque menor nas lojas e o correspondente custo menor do inventário de motocicletas. Sem as 883, uma boa parcela de potenciais compradores de Harley-Davidson continuará fiel à Honda e à Yamaha, com suas Shadows e DragStars ou migrará para o mercado de H-Ds usadas. O que é bom para as oficinas especializadas.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Temperatura dos motores Harley-Davidson Twin Cam 96

A partir de 2007, os motores da H-D são montados com uma programação de injeção de combustível compatível com as exigências ambientais americanas. A mistura é mais pobre, o que aumenta a eficiência do motor em termos de consumo e emissão de gases. Mas, por outro lado, o motor opera em temperaturas mais altas. 


No caso dos modelos Ultra Classic Electra Glide, o piloto e a garupa enfrentam temperaturas mais elevadas, pelo posicionamento da carenagem e dos alforges, que diminuem o fluxo de ar, especialmente em baixas velocidades. Nos modelos vendidos nos Estados Unidos, a injeção eletrônica vem programada para o que chamam de Módulo de Desfile (Parade Mode), que “desliga” o cilindro trazeiro, sempre que a velocidade cai para menos de 30 km/h, como é o caso em congestionamentos. Esta programação reduz significantemente o calor emitido pelo motor.


Além do conforto, minha preocupação maior é a longevidade do motor, que sofre um maior desgaste durante os meses do nosso verão tropical. Na minha H-D (modelo 2007), eu instalei alguns acessórios que diminuem a temperatura do motor, ao melhorar sua refrigeração, através do aumento do fluxo de ar ao redor da máquina motriz. 


As Ultra Glide já vem equipadas com uma janela de ventilação na carenagem, acoplada ao mata-cachorro. Isto permite diminuir o vento frio (no inverno) ou a chuva sobre os pés do piloto, quando fechadas. No verão, direciona um fluxo maior de ar sobre o carter do motor e caixa-de-marcha. Esta janela é item de série neste modelo. 


A primeira providência que adotei foi instalar um escudo de calor (Saddle Shield, Kuryakyn Part #1188. www.kuriakyn.com), para me proteger do calor do motor. Isto melhorou muito e, ajudado pelo pelego de ovelha que uso, reduziu substancialmente o calor nas partes baixas do meu corpo. O segundo acessório foi a instalação de flaps móveis no “morcegão” (bat wing), que permite direcionar um maior fluxo de ar sobre o motor, reduzindo a temperatura ao seu redor (Classic Smoked Freedom-Wings, Kuryakyn Part # 1117). Estes acessórios funcionaram muito bem no verão de 2008 e eu fiquei contente com o resultado. Acima de 40 km/h, o calor do motor é imperceptível. 


Entretanto, no outono de 2008 troquei o escapamento original, da minha Ultra Glide, por um Screamin’ Eagle (Street Performance Slip-On Mufflers Part # 80490-07). Não notei nenhuma diferença durante o outono e o inverno, mas já na primavera, em uma viagem a Curitiba na hora do “rush” pude perceber que a temperatura do motor, em velocidade baixa, havia aumentado consideravelmente. Durante todo o verão percebí que o conforto em velocidades baixas tinha piorado, devido ao calor produzido pelo motor e escapamento. Acima de 40 km/h, tudo bem. 


Pesquisei a internet à procura de uma solução, encontrando duas possibilidades: uma era alterar a programação da injeção eletrônica, enriquecendo a mistura. O programa não é oferecido pela H-D e discartei por não me sentir seguro em fazê-lo aquí no Brasil. A outra opção, oferecida pela própria Harley-Davidson, é a instalação de um radiador de óleo ( Premium Oil Cooler Kit, Part # 26155-07), solução que me pareceu mais lógica: diminuir a temperatura por uma troca mais efetiva de calor, através de um radiador, e do aumento do volume de óleo lubrificante no sistema (foram adicionados mais 800 ml de lubrificante). 


A instalação foi feita na semana passada e só no trajeto da oficina HD Point, em Balneário Camboriú, até minha casa, já deu para perceber uma sensível diminuição do calor . Agora, vamos fazer o teste de estrada e de trânsito pesado, na mesma Curitiba, neste fim de semana. Depois conto como foi.