quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Harley-Davidson: 2016 foi um ano difícil



2016 com certeza foi um ano difícil para a Harley-Davidson Motor Company, para se dizer o mínimo.

O mercado americano para motocicletas novas continua encolhido, as montadoras japonesas e europeias continuam oferecendo descontos significativos e as vendas na América Latina minguaram.

Na terça-feira, 31/1, a Harley-Davidson, Inc. divulgou ao mercado financeiro dos EUA o relatório do quarto semestre e do ano 2016. Os resultados foram analisados pelo mercado de forma não definidas; as vendas caíram mas a participação no mercado aumentou e o resultado, para os acionistas, foi melhor.

Vamos aos números:



As vendas totais recuaram 1,6%, em função do desempenho pior nos EUA (queda de 3,9%) e na América Latina, com uma redução de vendas de expressivos 13,2%, grandemente impactado pelo resultado no Brasil (veja abaixo). Estes números anularam o crescimento significativo de vendas no Canadá (5,5%), na Europa (5,9%) e no Pacífico Asiático (2%).

O fraco resultado nos EUA foi considerado como um resultado do enfraquecimento da economia nos Estados dependentes da indústria petrolífera e a redução de preços no mercado de motocicletas semi-novas, além de uma retração de 2,1% no mercado de motocicletas novas.

Mas um fato interessante foi a decisão da HDMC em reduzir os embarques de cerca de 4.000 motocicletas modelo 2017, nos últimos meses de 2016. Segundo a montadora, isto foi feito para permitir que as revendas americanas reduzissem seus estoques de motocicletas modelo 2016. Se não fosse isto, o número de motocicletas enviadas para as concessionárias seria praticamente o mesmo do ano 2015!

No relatório, a Harley-Davidson informa que sua participação no mercado americano cresceu um ponto percentual sobre 2015, atingindo 51,2% de market-share. Este mercado representa 66% das vendas mundiais da Motor Company. Este foi um excelente resultado, considerando a queda de 2.1% no mercado total.

Para 2017 a previsão da Harley-Davidson é de um volume de vendas inalterado, com um crescimento maior nas vendas internacionais, o que deve compensar eventuais reduções nas vendas domésticas.

O resultado financeiro consolidado continua positivo, com as vendas atingindo US$5,271 bilhões e o resultado líquido, depois dos impostos, de US$692,164 milhões. O lucro por ação foi de US$1,40, um crescimento de 12,9% em relação ao ano anterior.

E interessante notar como a receita de companhia se divide entre seus componentes principais: motocicletas, peças e acessórios e roupas:



As motocicletas da família Touring representam 41% das vendas totais. As Cruiser (Softail, Dyna) 36% e as Sportster/Street os demais 23%.

No ano de 2016 foram abertas mais 40 revendas fora dos EUA. No total existem 1475 revendedores em todo o mundo, das quais 696 nos Estados Unidos.

Para apreciarmos os resultados, num contexto maior, vejam a evolução das vendas da HDMC, nos últimos 20 anos:


Evolução de vendas da HDMC nos últimos 20 anos.
Vendo estes números, chega-se à conclusão de que a estratégia da Motor Company em apostar no mercado internacional está dando resultado. Apesar de todas as crises, é o segmento que cresce continuadamente.

No Brasil, no entanto, o resultado é desastroso. Os números da HD do B em 2016 foram bem baixos, com uma queda de 24%. Enquanto seu maiores competidores (marcas para onde estão migrando muitos harleyros) vão tomando fatias do mercado de motocicletas de grande porte:


Evolução de vendas da Harley-Davidson no Brasil.
Com 21 revendas no Brasil e mais modelos disponíveis, a Harley-Davidson em 2016 vendeu menos motocicletas do que o Grupo Izzo em 2008, com um número muito menor de lojas e modelos.

Em uma avaliação interna chamada de Programa Bar & Shield Awards, a The One, de Curitiba, deu uma reviravolta. De décima-sétima colocada no final do primeiro semestre, assumiu a primeira posição na pontuação final de 2016. Vários harleyros com quem conversei creditam o resultado como mérito do gerente-geral da revenda, Fernando Aliste, que assumiu as lojas de Curitiba e de Londrina a partir de agosto de 2016.

O programa avalia vários aspectos das atividades das concessionárias, desde desempenho nas vendas, assistência técnica, vendas de acessórios e roupas e satisfação de clientes, entre outras.

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